15 de março de 2013

Pensamentos Aleatórios: O problema dos 20 e poucos anos.


Ter 20 e poucos anos é como ser da classe média. Você não é suficientemente pobre para te darem um auxílio, e nem suficientemente rico para não precisar de ajuda. Ter 20 e poucos anos é, possivelmente, a fase mais difícil de (se) entender.
Sempre tive muita sorte com coisas de colégio. Não importava o que eu fizesse, as pessoas olhavam com admiração e respeito por, mesmo tão novo, estar realizando bons projetos. Confesso ter me acostumado com essa ideia que esteve presente desde os primeiro anos de escola até o vestibular. E, com isso, me distanciei da realidade.

Agora com 23 anos não importa o que eu faça, pode ser um projeto enorme com 50 gigantes entre as revistas de moda do mundo ou uma entrevista exclusiva com um grande designer, a sensação do relógio ter parado é sempre a mesma. Você entra em um fluxo em que nada pode ser feito a não ser trabalhar e esperar pelo melhor. Não temos mais idade para sermos considerados prodígios, e nem mesmo para sermos levados em consideração de uma forma respeitosa em relação a nossas experiências. Nós ficamos nesse meio entre a imaturidade e a maturidade, um meio que não diz nada, não paga as contas e não te deixa feliz.

Possivelmente, ter 20 e poucos anos seja um período exclusivo para amadurecer e perceber, caso ainda não tenha passado por isso, como a realidade, cruel e simplesmente, é. Ter 20 e poucos anos é assumir que você, mesmo no canto mais profundo do seu coração, ainda é um adolescente perdido na terra de gigantes experientes que irão, mais cedo ou mais tarde, te escravizar nesse sistema que chamamos de ‘independência financeira’. É fazer, não importa o que, e esperar pelo melhor resultado se conformando de que ele não virá agora.

Talvez a grande lição dos 20 e poucos anos seja aprender que o equilíbrio só acontece quando você abre mão de coisas importantes. Que perder dói, que vencer envolve sacrifícios que você nunca imaginou passar e que, inevitavelmente, uma hora você se sentirá uma alma perdida em uma imensidão escura.

Ter 20 e poucos anos é aceitar a si mesmo, sua família e seus amigos e, sobretudo, se apegar a eles como se fossem o último fósforo da caixinha. Aquele palitinho que te salva caso você caia na escuridão profunda. Mas é também a hora de se arriscar, de tentar, de quebrar a cara e de esquecer, de uma vez por todas, que algo pode ser definitivo. ‘Tudo é definitivo até mudar’, me disse uma vez um professor de física no colégio. É hora de perceber que você consegue passar por dificuldades nunca antes cogitadas, de perceber que 5 reais gastos de uma forma estúpida podem fazer falta… e farão.

Texto de Gregory Martins, do blog Trend Coffee

4 comentários:

  1. Nossa... Que texto! Adorei...
    Tenho um pouco de medo dessa idade... Gosto da minha, 15 anos... Pq sei que ainda tenho muito que viver, e tenho tempo pq só estudo.. E depois tenho que começar a trabalhar, e ganho grandes responsabilidades... rs , é estranho

    http://costeriano.blogspot.com.br/

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  2. Anônimo15.3.13

    Adoreeei Ju! Não tinha visto textos seu ainda, mas gostei! você escreve mto bem! arrasou! lelusantos.wordpress.com

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  3. adorei, to quase chegando nos 20 rs
    fashionforanyone.blogspot.com
    facebook.com/FashionForAnyOne

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  4. é bem assim mesmo que eu vejo os vinte e poucos anos... adorei o texto!
    -xoxo

    http://s2juuh.blogspot.com/

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